
É DIFÍCIL CONDENAR ou absolver o passado quando rugas já desenham o tempo em nossa face e o acaso nos impõe a tarefa de reconstruir a vida apenas com fragmentos de memória. Foi esse o meu dilema ao receber pelo correio o pequeno livro de capa vermelha com o nome vazado em branco: O Diário de Frida H. Na embalagem não havia remetente, mas, fosse quem fosse, ser-lhe-ei eternamente grato, pois, mais que uma simples memorabilia, aquele presente apócrifo era a chave que me conduziria ao passado, onde parte de mim ainda aguardava reencontrar-se com sua própria história. O livro começava com uma epígrafe...